quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cultura, documentários.

Este mês de maio está com uma programação interessante de documentários na TV Cultura, de São Paulo. Pude ver "Robert Capa, no amor e na guerra", em abril, e "Che Guevara, os diários bolivianos", agora em maio. Esta semana, pude rever - quase compreender - "Maio que abalou a França", dirigido por William Klein (lançado em 1978) e que por muitos motivos me representa.

Tributário dos sujeitos que popularizaram a calça jeans e o hábito de frequentar os alojamentos das mulheres, parte daquele discurso hoje é estranho, tanto para mim quanto para qualquer pessoa, sobretudo na expectativa de uma revolução que ainda não entendo.

Mas a evidente liberdade de captação, recolhendo - gravadores e câmeras a postos - as falas mais diferentes, de pessoas mais distantes umas das outras, e a tentativa de agrupar isso tudo numa "narrativa" faz de "Maio que abalou a França" quase que uma referência para o cinema documentário.

Se podemos - como sempre fazemos - questionar a opção ("recorte") do diretor, este é um caso em que, pelo menos, ele foi distraído (?) ou democrático para ouvir, deixar falarem, os personagens mais disparatados, sem nenhuma busca pela "coerência discursiva", política.

Sem privilegiar uma ou outra tendência, ouviu e filmou pessoas de todos os matizes políticos.

Óbvio que, convidado pelos estudantes, privilegia seu ponto de vista. O que aumenta o "sabor" do filme.
Afinal, documentário também tem história para contar.

Wagner.

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