domingo, 2 de outubro de 2011

André Okuma segue firme na programação do Cineclube Adamastor.

Até que eu consiga resolver minhas pendências "computacionais", vou apenas indicar aqui a programação do Cineclube Adamastor, em Guarulhos. Com seleção feita por André Okuma, o evento segue firme, exibindo alguns dos maiores filmes mundiais. Para quem se interessa: http://cineclubeadamastor.blogspot.com/. Abraços.

Dois filmes: "Matador" e "O colecionador".

Tenho falado de tantos filmes apenas bons, que gostaria de falar de dois que, sem nenhuma concessão, são dos meus preferidos. E muito bons: "O Colecionador", de William Wyler, de 1965 (dizem que há versões disponíveis para download, não vi), e "Matador", de Almodovar.
Justiça seja feita (?) para com o cineasta espanhol. Nem tudo que ele faz é novela da globo. E até que gosto, de vez em quando de ver novela.
Mas "Matador" é incrível, percorrendo a tênue distância entre o sexo e a morte. Um toureiro aposentado repete com suas amantes os gestos fatais que realizara nas arenas. Muito bom.
"O colecionador", além da assinatura de Wyler, traz um sufocante caso de amor e obsessão, para quem tem nervos "de aço".
A surpresa que tive com "O colecionador", adaptação cinematográfica de um romance homônimo, só quase se repetiu em "Louca Obsessão" e no fim decepcionante ou revelador de "Eu", obra-prima (gosto é que nem nariz) de Walter Hugo Khouri, que menciono de novo.
Abraço, Wagner.

"A verdadeira história do século XX", por Cláudio Willer.

Meses atrás assisti à primeira leitura pública de "A verdadeira história do século XX", novo livro poético de Claudio Willer. O poeta, ensaísta e tradutor teve a generosidade de ler os textos antecipando sua publicação, já em andamento.
Reunidos no Centro Cultural São Paulo, na rua Vergueiro, velhos e novos poetas se revezaram na leitura de textos vindos em grande parte das Oficinas de Willer por todo o país. Inclusive, deve-se mencionar a presença de Chiu Yi Chih, performer-poeta chinês radicado em São Paulo, cuja atuação fica cada vez mais marcante.
Claudio Willer, em aproximados 80 minutos, fez algo próximo - óbvio que não estive nesta outra - ao que deve ter ocorrido na leitura histórica de "Howl" na galeria Six. Não pelo barulho, que afinal de contas poderia ter sido mais alto, mas pelo valor do texto.
Difícil acompanhar a leitura e não perceber que se estava diante de algo grande.
Todo sucesso ao livro. Wagner Lopes Pires

Preconceitos: um livro e dois filmes.

Há dois filmes dos quais eu nem faço muita questão que no entanto merecem menção: "Billie Elliot" e "Carne Trêmula". Pelos motivos errados, claro. "Billie Elliot" é um filme interessante, mas "Carne Trêmula", como tudo que Almodovar fez - que eu vi - com exceção de "Matador", é uma perda de tempo.

Então por que mencioná-los. Lembrei-me há poucos dias do Billie Elliot, personagem que aparentemente sem saber desafia o preconceito de que garotos não possam dançar. E o vence. Difícil não se comover com o empenho de seu pai, personagem que representa todos os estereótipos e os lança em dois golpes à lata de lixo.
Se um personagem devesse entrar em qualquer história do cinema como coadjuvante especial, este seria o pai de Billie Elliot.

Assistindo "Carne Trêmula", uma sucessão de bobagens, é difícil não pensar que a ONU deveria usá-lo para orientar pessoas que por algum motivo perderam a mobilidade. Há mais a comparar entre o policial interpretado por Javier Barden e o alter ego de Marcelo Rubens Paiva, no romance "Feliz Ano Velho", do que se pode pensar.

Ambos tratam sem dó nem pieguice do tema da readaptação de paraplégicos/tetraplégicos, o que faz com que pelo menos sejam olhados, filme e livro.

Ainda mais quando finalmente, e não sei o quanto, a cidade de São Paulo está escancarando a discussão sobre a acessibilidade. É isso.

Wagner..................