sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Primeira.

Pela primeira vez eu quase sinto o que se diz ser a distância dos presentes. Tido como quase apático, tenho em mim  a distância que vai de um ser humano a outro e que penso ser menor do que a existente entre estrelas. Vivi em um mundo habitado por estranhos próximos, calorosos amigos, mulheres bonitas o bastante para alimentar a imaginação e tudo isso permeado por enormes distâncias diárias: trabalho a 40km "de casa", estudo a 30. Anonimato defendendo os pequenos toques, cenas imaginárias ou vistas entre o sono e o sonho. Vi, amei ou tive a mulher a meu lado? Quem era aquela?
Assim, tendo percorrido percursos imaginários, ouve-se, ao fim da rota "para quê?".
Isso me perturba, tira o pouco de sono definido como saudável, devolve uma vagarosa ansiedade: terei que consumir mulheres? percorrer estradas? andar em praias desertas pensando ser magia o que na verdade é fumaça?
Perturbarei a paz ou incomodarei funcionárias públicas? Temerei enfermeiros ou retiro outra parte de meu corpo enquanto dá? Pago o cinema?
Farei um desenho?
Príncipe Suzano. A mitológica mulher nervosa, sabe-se lá por quê, em visões alternativas não persegue seu amante?
Quem se importa - amar a frase que ouvi: Who cares? E, em minha mitologia, amar frases é igual a amar cachorros, que estes, como diria um bêbado morto, sabem que amar é abanar o rabo.
Feliz dezembro.
Wagner Lopes.

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